O Brasil é considerado um país emergente ou em desenvolvimento. Apesar
disso, está quase um século atrasado industrialmente e tecnologicamente em
relação às nações que ingressaram no processo de industrialização no momento em
que a Primeira Revolução Industrial entrou em vigor, como Inglaterra, Alemanha,
França, Estados Unidos, Japão e outros.
As indústrias no Brasil se desenvolveram a partir de mudanças
estruturais de caráter econômico, social e político, que ocorreram
principalmente nos últimos trinta anos do século XIX.
O conjunto de mudanças aconteceu especialmente nas relações de
trabalho, com a expansão do emprego remunerado que resultou em aumento do
consumo de mercadorias, a abolição do trabalho escravo e o ingresso de
estrangeiros no Brasil como italianos, alemães, japoneses, dentre muitas outras
nacionalidades, que vieram para compor a mão de obra, além de contribuir no
povoamento do país, como ocorreu na região Sul. Um dos maiores acontecimentos
no campo político foi a proclamação da República. Diante desses acontecimentos
históricos, o processo industrial brasileiro passou por quatro etapas.
• Primeira etapa: essa ocorreu entre 1500 e 1808, quando o país ainda
era colônia. Dessa forma, a metrópole não aceitava a implantação de indústrias
(salvo em casos especiais, como os engenhos) e a produção tinha regime
artesanal.
• Segunda etapa: corresponde a uma fase que se desenvolveu entre 1808 a
1930, que ficou marcada pela chegada da família real portuguesa em 1808. Nesse
período foi concedida a permissão para a implantação de indústria no país a
partir de vários requisitos, dentre muitos, a criação, em 1828, de um tributo
com taxas de 15% para mercadorias importadas e, em 1844, a taxa tributária foi
para 60%, denominada de tarifa Alves Branco. Outro fator determinante nesse
sentido foi o declínio do café, momento em que muitos fazendeiros deixaram as
atividades do campo e, com seus recursos, entraram no setor industrial, que
prometia grandes perspectivas de prosperidade. As primeiras empresas
limitavam-se à produção de alimentos, de tecidos, além de velas e sabão. Em
suma, tratava-se de produtos sem grandes tecnologias empregadas.
• Terceira etapa: período que ocorreu entre 1930 e 1955, momento em que
a indústria recebeu muitos investimentos dos ex-cafeicultores e também em
logística. Assim, houve a construção de vias de circulação de mercadorias,
matérias-primas e pessoas, proveniente das evoluções nos meios de transporte
que facilitaram a distribuição de produtos para várias regiões do país (muitas
ferrovias que anteriormente transportavam café, nessa etapa passaram a servir
os interesses industriais). Foi instalada no país a Companhia Siderúrgica
Nacional, construída entre os anos de 1942 e 1947, empresa de extrema
importância no sistema produtivo industrial, uma vez que abastecia as indústrias
com matéria-prima, principalmente metais. No ano de 1953, foi instituída uma
das mais promissoras empresas estatais: a PETROBRAS.
• Quarta etapa: teve início em 1955, e segue até os dias de hoje. Essa
fase foi promovida inicialmente pelo presidente Juscelino Kubitschek, que
promoveu a abertura da economia e das fronteiras produtivas, permitindo a
entrada de recursos em forma de empréstimos e também em investimentos com a
instalação de empresas multinacionais. Com o ingresso dos militares no governo do
país, no ano de 1964, as medidas produtivas tiveram novos rumos, como a
intensificação da entrada de empresas e capitais de origem estrangeira
comprometendo o crescimento autônomo do país, que resultou no incremento da
dependência econômica, industrial e tecnológica em relação aos países de
economias consolidadas. No fim do século XX houve um razoável crescimento
econômico no país, promovendo uma melhoria na qualidade de vida da população
brasileira, além de maior acesso ao consumo. Houve também a estabilidade da
moeda, além de outros fatores que foram determinantes para o progresso
gradativo do país.
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